09 maio 2009

Do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.
De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama.
De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente.
Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.

Soneto da Separação - Vinícius de Moraes

3 comentários:

Júlia C. Pinheiro disse...

Que liiindo, esse poema Drê!
Você tá muito culta viu, Vinícius de Moraes, haha, não é pra qualquer uma não, :D te adoro s2

Júlia C. Pinheiro disse...

Fazendo a prova de Português sabia que este soneto era familiar, hahaha, acheeei! :)

Renata disse...

Fiz a prova pensando no seu blog, Dê!
UAHSUAUSHAS.